Jogos por R$ 99 não são tudo nessa vida. Foi o que a Acigames (Associação Comercial, Industrial e Cultural de Games) tentou me ensinar na apresentação do Dia do Jogo Justo 2 na manhã deste sábado (21) em São Paulo. Em um encontro com jornalistas e membros da indústria (e um pai que veio do Rio de Janeiro com o filho), Moacyr Alves Jr. e outros integrantes da diretoria anunciaram planos para ampliar o foco de atuação do movimento e levar o “ideal jogo justo” até o meio acadêmico, as “três grandes fabricantes de consoles” e setores do governo. Eles também tentaram não concentrar a discussão em torno dos “jogos em promoção”, missão que não foi exatamente bem sucedida.
“A gente está, cada vez mais, se profissionalizando. Começou, realmente, muito amador, mas agora já está indo para outro ponto”, disse Moacyr ao Kotaku quando questionado sobre algumas informações desencontradas que antecederam o Dia do Jogo Justo 2. “A fase é difícil, mas a gente está passando”, resumiu, citando uma comparação feita com jogos de RPG minutos antes por um professor.
Essa agenda da nova fase Acigames/Jogo Justo envolve, entre outros projetos, cursos gratuitos de game design, a criação de um Cadastro de Empresas Nacionais de Jogos Eletrônicos, parcerias com órgãos do Canadá e da Coreia do Sul e ações com representantes do Governo brasileiro, como Ministério da Justiça e Receita Federal. Ainda não existem calendários definidos ou detalhes mais específicos sobre as ações, mas a intenção dos organizadores é viabilizar esses novos projetos a partir do segundo semestre. Parte dele começa no dia 8 de junho com uma palestra sobre games e violência no Sesc Consolação, em São Paulo.
“Nossa meta é trazer indústria, os três ‘big’, e os acadêmicos, que são as cabeças pensantes do mercado”, disse Moacyr, citando Sony, Microsoft, Nintendo e alguns professores e estudiosos que considera importantes no Brasil. Para ele, é preciso envolver as diversas partes da sociedade em um “ecossistema” que agrade a todos.

Além da diretoria da Acigames, a mesa de convidados contou com varejistas parceiros da Associação, representantes do Ministério da Justiça e professores. Durante a apresentação, Moacyr divulgava resultados parciais das vendas, que haviam começado às 10h. Logo no início, um relato de “2 jogos vendidos por segundo” em um dos parceiros online. 10h15: Call of Duty: Black Ops estava esgotado em uma das lojas, Fallout: New Vegas se esgotava em outra.
Quando o microfone foi aberto às perguntas, surgiram críticas sobre a transparência e os caminhos do Jogo Justo. Por que a NCGames é a única distribuidora parceira da Acigames? Já que a Acigames é uma entidade “sem fins lucrativos”, por que não divulgar publicamente os valores envolvidos? Por que Microsoft, Sony e Nintendo não apóiam o projeto?
Segundo Marcos Khalil, diretor da rede UZ Games e vice-presidente da Acigames, as três grandes empresas foram convidades a integrar o projeto, mas decidiram que a hora ainda não chegou . Ele lembrou que a decisão dessas multinacionais não depende da filial brasileira. Cláudio Macedo, da NCGames, porém, citou que uma das três grandes apoiou o Dia do Jogo Justo 2, mesmo que não o tenha feito oficialmente.
Quanto à transparência, os organizadores reconheceram que falta uma certa “prestação de contas”, mas disseram que isso pode mudar em breve, conforme o site oficial ganhar mais conteúdo. “Ainda somos muito pequenos, ainda nem emitimos boleto”, disse Moacyr.
“Essa é uma ação bastante cara, custa bastante dinheiro, você tem que abrir mão de margem de lucro“, disse Cláudio Macedo, da NCGames, ao explicar por que o Dia do Jogo Justo 2 é encabeçado pela empresa, que detém, segundo ele, 80% do mercado. A Acigames também afirmou que outras distribuidoras estão em processo de se associar ao projeto.
Soubemos que, às 11h, um “grande player” online havia vendido todos os jogos. E quando o tempo para perguntas estava esgotado, surgiu uma denúncia: Zelda Spirit Tracks estaria sendo vendido a R$ 89 por um dos parceiros do Jogo Justo dias atrás. E hoje, dia da “promoção”, o jogo teria subido para R$ 99. Uma representante da loja citada estava presente e negou a informação. Mas, mesmo assim, ficamos sem uma resposta convincente.
Já o terceiro Dia do Jogo Justo é uma incógnita. “Nós nem pensamos ainda”, diz Moacyr, explicando que o evento é desgastante e que parte da diretoria já é contra sua realização. “Não temos ideia sobre se vamos fazer ou não. Mas eu mesmo me pergunto: será necessário isso?”.
E como fica Felipe Neto, o ídolo adolescente que levantou a bandeira do “Preço Justo” semanas atrás? Poderia ele ajudar ou atrapalhar o Jogo Justo?, perguntou uma jornalista presente no encontro. Os membros da Acigames consideraram que a iniciativa do “vlogger” é válida e tem sua importância junto aos jovens, mas recomendaram uma redução nos palavrões proferidos e descartaram uma possibilidade de juntar forças – pelo menos por enquanto.




1 comentários:
Eai gamesxnow kd as postagens '-' começa a posta aeee (y
Postar um comentário